16/06/2020 - Com esperanças de estímulos, dólar volta a se desvalorizar ante real
A semana começou com níveis extras de volatilidade no câmbio e nos mercados acionários. Após segunda-feira (15) tensa, investidores voltam a demonstrar mais propensão a risco nesta terça-feira (16) enquanto aguardam estímulos do Fed, BC americano, e do BoJ, BC japonês.
Às 09h14, a moeda americana cedia 1,12% em relação ao real, a R$ 5,099. Na sessão anterior, o real havia registrado o pior desempenho entre as principais globais, se desvalorizando 1,92%. Pesou a saída de Mansueto Almeida da equipe de Paulo Guedes.
Histórico
Na sessão de segunda-feira (15), o dólar fechou em forte alta contra o real, com investidores avaliando o noticiário local e seus impactos sobre a agenda de reformas econômicas.
A moeda, contudo, se afastou das máximas da sessão após melhora nos mercados financeiros internacionais diante da notícia de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) comprará títulos corporativos individuais a partir de terça-feira, ampliando o escopo de classes de ativos beneficiadas com seus programas de liquidez.
O dólar à vista subiu 1,92%, a R$ 5,1421 na venda. A moeda brasileira teve o pior desempenho entre as principais globais nesta sessão.
A cotação operou em alta durante todo o dia. Na máxima, disparou 3,60%, para R$ 5,2269 e, na mínima, subiu 0,68%, a 5,0797.
O mercado começou o dia reagindo à informação do fim de semana sobre o pedido de demissão de Mansueto Almeida do cargo de secretário do Tesouro Nacional.
Mansueto é bem-visto pelo mercado por defender iniciativas de responsabilidade fiscal e o anúncio da sua saída acontece em um momento de grande preocupação quanto às contas públicas, em meio ao aumento de gastos para combater os efeitos da Covid-19.
Na tarde desta segunda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o atual diretor de Programas na Secretaria Especial da Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, será o novo secretário do Tesouro.
Ainda em Brasília, a prisão da ativista Sara Winter e de outros cinco integrantes do grupo 300 pelo Brasil, liderado por ela e que apoia o presidente Jair Bolsonaro, voltou a colocar em destaque as acirradas tensões do Executivo com o Judiciário.
Para a Guide Investimentos, a combinação de fatores domésticos com o exterior negativo durante a primeira parte da sessão apontava para um dia de perdas nos mercados locais.
À tarde, porém, ativos de risco em todo o mundo melhoraram o sinal com a notícia de que o Fed começará a comprar títulos corporativos na terça-feira, por meio de instrumento de crédito corporativo do mercado secundário (SMCCF, na sigla em inglês).
Essa é uma das várias ferramentas de emergência recentemente lançadas pelo banco central dos Estados Unidos para melhorar o funcionamento do mercado diante da pandemia do coronavírus.
Os índices de ações em Nova York fecharam em alta depois de quedas mais cedo, e moedas de risco abandonaram as mínimas da sessão.
"O mercado parece mais preocupado com a pandemia e seus efeitos deflacionários", disse Luis Laudisio, operador da Renascença.
*Com Reuters
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/06/16/dolar-hoje-16-06-2020
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